segunda-feira, 3 de outubro de 2011

'e as borboletas estão voando...'

Algumas vezes me pego pensando em mim, no que eu quero, o que me faz bem...
Sei que muitas vezes me esqueço disso, esqueço de falar, de sentir, de desabafar - mesmo descobrindo, nos últimos dias - que isso é uma das melhores coisas que se pode fazer, principalmente se encontramos pessoas que confiamos. Sei que não é tudo que consigo falar, que tem certas que ainda ficam engasgadas, certas coisas esquecidas. Mas é assim né!?
'Tem certas coisas que eu não sei dizer...'

Só sei que é bom quando não se espera, e de repente, se surpreende. Que é bom ter conosco pessoas que nos fazem bem, que é bom fazer bem a alguém. Se é.


"você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia." Caio Fernando Abreu


domingo, 4 de setembro de 2011

Eu Lírico - Vinil Verde

"O meu teto é o céu, meu tapete é o chão,
minha casa é o mundo, não tenho religião.
Você vem me dizer, que não tenho razão
e o que importa pra mim é agir com o coração,
tanto diz que ao seu lado, vai ser melhor pra mim,
mas talvez me convém ser melhor pra você.
Sei viver sem você, isso não é ruim pra mim!
Foi aqui que nasci e aqui quero viver...
Posso ser bem pequeno e você tão maior,
mas pra mim tamanho se mede
por grandezas que temos em nós.
Não consigo falar o que eu penso de ti,
e por não saber você faz o que há de pior pra mim...
Sei viver sem você e isso não é ruim pra mim!
Foi aqui que nasci e aqui quero viver...
Não sei se tem perdão para o que você fez de mim...
Só espero que pra você tenha valido a lição.
Por um motivo meu, você fez o que fez de mim...
Tanto quanto pior, tudo teve seu fim."

Vinil Verde - Eu Lírico

'Assumir o passado enquanto possa representar uma riqueza para o presente e uma projeção para um futuro livre, independente e dessacralizado das imposições, preconceitos e superstições do passado calcado na moralidade dos costumes.'

Friedrich Nietzsche - Aurora 1881



sábado, 3 de setembro de 2011

Os mais antigos meios de consolação

Primeira etapa: o homem vê em todo mal-estar, em todo revés da sorte, alguma coisa pela qual deve fazer sofrer qualquer outro, não importa quem — é assim que se dá conta do poder que ainda lhe resta e isso o consola. Segunda etapa: o homem vê em todo mal-estar e em todo revés da sorte uma punição, isto é, a expiação da falta e o meio de escapar ao feitiço maléfico de uma parcialidade real ou imaginária do destino. Se percebe essa vantagem que consigo traz a infelicidade, deixa de acreditar na necessidade de fazer sofrer outro qualquer por essa infelicidade — vai renunciar a esse tipo de satisfação porque agora tem outro.

Friedrich Nietzsche - Aurora 1881




quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"Jogue pro alto, se voltar é seu"

Como é bom desabafar, parece que hoje me sinto bem melhor, um peso tirado das costas...
Sei que sou repleta de 'fases', nem eu achei que fosse sentir esse alívio imediato, mas já não me sinto como ontem... Essa nossa insistência em pré-determinar as coisas só nos causam decepções, o que é culpa, única, e exclusivamente nossa, ninguém está no mundo para satisfazer nossas expectativas...
Desta vez, ter entendido isso antes, teria sido menos doloroso.




"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante..." [Caio Fernando Abreu]

terça-feira, 30 de agosto de 2011

submarine.

Não sei de onde vem essa coisa que me sufoca, me entala, me engasga, me causa dor.
Quanto mais eu falo mais lembranças surgem, mais dúvidas, mais e mais e mais...
Mais tudo, mais raiva, mais dor, mais memórias, mais sentimentos, mais vontade de esquecer...
Por que a gente simplesmente não esquece aquilo que não quer lembrar?
Por que justamente aquilo que não queremos lembrar é o que mais nos causa dor? Por quê?
Só queria acordar e lembrar menos, pensar menos, querer menos... Só isso.
É pedir muito de mim?
Será que não posso ter controle nem sobre meu querer? Que liberdade é essa que tenho? Onde não consigo sequer controlar meus sentimentos... Onde sou escrava de mim mesma. Onde me perco tanto que sequer me encontro...
Sim, que mundo é esse? Não, realmente não sei!
O mundo tem sido amargo, cinzento, sombrio, por mais que eu tente não tem sido diferente.
Me encontrar? Sempre que penso ter me encontrado me perco mais ainda, que coisa não?
Deve muito estúpida mesmo, fazendo as mesmas coisas, cometendo os mesmos erros, sofrendo pelas mesmas histórias e no fim achando que seria diferente... e no fim percebendo que era sempre a mesma 'estória'. E para que? Para descobrir o que eu supostamente já sabia?
Que... 'Todas as ações são autodirigidas, todo serviço é auto-serviço, todo amor é amor-próprio.'
Descobrir que ninguém faz nada por a não ser por si mesmo? E mais ter certeza do egoísmo presente nas pessoas?



sem brilho, sem cor, sem vida.

'We all live in a yellow submarine...
Yellow submarine, yellow submarine'

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


"- Quer dizer - perguntou Breuer - que cada ação que realizo, cada dor que experimento serão experimentadas por toda a infinidade?
- Sim, o eterno retorno significa que, cada vez que você escolhe uma ação, deve estar disposto a escolhê-la por toda a eternidade. O mesmo se dá com cada ação não realizada, cada pensamento natimorto, cada escolha evitada. Toda a vida não vivida ficará latejando dentro de você, invivida por toda a eternidade. A voz ignorada de sua consciência continuará clamando para sempre.


Não sei o que mais dizer, exceto que, graças a você, percebo que a chave para viver bem é primeiro desejar aquilo que é necessário e, depois, amar aquilo que é desejado."

Quando Nietzsche chorou

domingo, 21 de agosto de 2011

true.


"Ninguém deseja, acredita ele, ajudar os outros; pelo contrário, as pessoas desejam apenas dominar e aumentar seu próprio poder. Nas poucas vezes em que submeteu seu poder a outrem, acabou se sentindo devastado e enraivecido."

Quando Nietzsche chorou

domingo, 7 de agosto de 2011

Perder

Odeio perder.
Perder qualquer coisa.
Sentimentos, pessoas,
amores, caminhos,
jogos, palavras,
objetos, frases,
apostas...
Qualquer coisa.
Simplesmente não gosto de perder.
Inclusive.
Odiei perder você.
Você deveria ter me perdido,
e não eu perder você, que parecia tão meu.
Mas você perderia o que?
O que nunca foi seu?

sábado, 30 de julho de 2011

Pouco me importa.

Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa.

24-10-1917
“Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
  - 96.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

Cecília Meireles
(Romanceiro da Inconfidência)



quinta-feira, 23 de junho de 2011

E hoje eu acordei com uma vontade estranha, uma coisa inexplicável,
uma alegria inconstante, uma tristeza persistente,
uma sensação triste, uma agonia  incontrolável,
coisas da vida.
vai entender...

sábado, 21 de maio de 2011

"Sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar..."


Ultimamente tem tudo parecido realmente um sonho, tem sido tão perfeito que não sei nem se é verdade, na verdade sei que é, só tenho medo que esse sonho possa tornar-se um pesadelo, que essa verdade torne-se mentira, que tudo se desfaça.
As coisas têm acontecido de uma forma que nunca aconteceram...
Estou vivendo as emoções de forma tão intensa, de forma verdadeira, meus dias, minha ações, meus pensamentos têm sido melhores, minha vida tem sido melhor.
Sempre tive medo de ter sonhos, sempre quis ser realista demais, racional demais...
Aí acontecem coisas que nós tiram do chão...
Que nos fazem acreditar que tudo que acreditávamos não passava de algo tão pouco, algo tão egoísta, algo que pode se desfazer a qualquer momento...



"Sei lá... sei lá... sei lá....
Se o que deu é meu...
Vai saber,
Se o que me deu, quem sabe?
Vai saber,
Quem souber me salve..."
"Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...

Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto."

terça-feira, 17 de maio de 2011

assim.

"Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer?
Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma alegria além de ti.
Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara."


( Extraído do livro Caio Fernando Abreu-  Caio 3D, O Essencial da Década de 1980, p.186)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Os prazeres da alma III

"Os indivíduos que alcançarem o estado de liberdade vivem no equilíbrio, porquanto não acreditam em tudo, nem desconfiam de tudo. Fazem parte do rol das criaturas centradas: diferenciam o que existe de real e verdadeiro, e não ficam imaginando males ilusórios ou sem fundamento."

"Enquanto vivermos de forma mecânica, irrefletida e sem a intervenção  consciente da lucidez, nos privaremos de possuir uma mente tranquila e um coração pacificado."

"Todos nós somos água da mesma fonte, mas corremos momentaneamente em leitos diferentes."

"De que servem cabelo e manto impecáveis, ó tolo! Tudo dentro de ti está confuso e, no entanto, você penteia a superfície."

"Humildade nada tem a ver com a presença ou ausência de bens materiais, mas com a forma de comportamento íntimo."

"Ter compaixão é possuir um entendimento maior das fragilidades humanas. É quando nos tornamos mais realistas, menos e exigentes e mais flexíveis com as dificuldades alheias. Assim, nossa visão do mundo se expande."

"Não poderemos ser autênticos se não formos corajosos. Não poderemos ser originais se não lançarmos mão do destemor. Não poderemos amar se não corrermos riscos. Não poderemos pesquisar ou perceber a realidade se não fizermos uso da ousadia."

"Só tropeça quem está a caminho. Só erra quem é livre para tentar."

"Fixar-se numa só linha de pensamento ou corrente filosófica pode parecer a maneira mais segura de se viver, contudo é a mais infantil delas."

"Perdoar ou desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinidamente os erros alheios pode ser muito perigoso. As emoções enterradas e não verbalizadas se manifestarão de forma negativa em outras situações e com diferentes pessoas em nosso dia-a-dia."

"O amor desenvolve características pessoais, distinguindo e particularizando a criatura. Ao proporcionar-lhe vontade própria e independência, enseja que ela expanda horizontes e dissolva as barreiras onde o padrão e a generalização ergueram paredes."

(Os prazeres da alma;  Francisco do Espírito Santo Neto)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Os prazeres da alma II

Photo by Ana Xavier
"Nossa impaciência desequilibra os processos internos e externos da Natureza em nós. Atos e atitudes pacienciosas podem mudar nosso modo de ser e enfrentar conflitos. Lembremo-nos de que todo problema contém em si mesmo a 'semente da solução'.
No entanto, a paciência não é passividade, estagnação, ociosidade ou paralisação. É antes um potencial a ser desenvolvido - serenidade, persistência e constância. Ela permite que possamos descobrir o momento certo de perseverar ou de abdicar de relações, situações, vínculos e atividades que envolvem o nosso dia-a-dia."

"Para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender."

"Amar não significa esperar que alguém nos satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe só a nós satisfazer."

"Na ética ou na fraternidade, a vida social do planeta se transforma numa melodia executada por muitos instrumentos afinados na mesma tonalidade; todos vibram em conjunto, embora uma só música seja tocada."

"Somente optando pelo auto-respeito é que conseguiremos o respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos."

"A liberdade como todas as outras conquistas da alma, só será alcançada verdadeiramente se for compartilhada com os outros."
(Os prazeres da alma;  Francisco do Espírito Santo Neto)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo."
Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os prazeres da alma I

Moça à janela (Salvador Dali)
'Em nós existe um universo ilimitado que infelizmente reduzimos ao mundo insignificante de nossos interesses mesquinhos...'

Não adianta ' fecharmos as cortinas da janela da alma' a fim de levarmos uma vida de sonhos - repleta de pensamentos e vazia de experiências - , atenuando ou impedindo os estímulos externos. Isso é um 'desapego defensivo', ou resignação neurótica, e não uma virtude genuína.'

Desapego defensivo: mecanismo de fuga da realidade utilizado, de forma inconsciente ou não, por pessoas que possuem um constrangimento auto-imposto proveniente do medo de amar, ou mesmo de se perder na sede de amor por objetos, pessoas ou ideias e de serem absorvidas por enorme necessidade de dependência e de submissão fora do próprio controle. Pessoas que vivem na reclusão absoluta para fugir ao contato do mundo.

'As pessoas estão distraídas entre os eventos do passado e os presente, plenas de desejos pessoais que turvam e contagiam sua visão, o que as impede de expressarem-se de forma espontânea e natural.'
  
'O sábio, por ter plena consciência da impossibilidade de se possuir o conhecimento absoluto, reconhece com humildade as muitas coisas que ignora, não incorrendo na presunção de saber ou conhecer...'
(Os prazeres da alma;  Francisco do Espírito Santo Neto)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"O brilho eterno de uma mente sem lembranças"


"Abençoados sejam os esquecidos, pois tiram o melhor de seus 
equívocos."

 Nietzsche

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Amar?

O amor não existe.
Não passa de uma ilusão criada pelos fracos, pelos sonhadores.
As pessoas querem acreditar que existe, porque acaba sendo conveniente,
mas no fim é sempre a mesma história.
Amamos nossos desejos, nossas idealizações, e quando percebemos
que não é mais o que nos interessava, já não há o mesmo sentimento.
A gente só acredita enquanto é viável acreditar, enquanto nos faz bem, mas depois tudo se dissipa.
Mas existir. Não existe.
É só um pseudo-sentimento. 


"se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito."

sábado, 15 de janeiro de 2011

Uma realidade menos mórbida.