segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sentir é criar.

"Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias."
Fernando Pessoa

Sabe o dia em que você volta para casa desanimado?
Quando o dia foi péssimo!
Quando o dia não poderia ter sido pior!
Quando você não fez nada do que poderia ou deveria ter feito?
Quando você não deu o melhor de si?

Pois é?
Já tive muitos dias assim...

Mas hoje não!
Hoje não foi um destes dias!

Hoje cheguei em casa, com uma sensação maravilhosa, uma alegria e satisfação interna.
Que poucas vezes me permitir ter.
Hoje fiz o que eu deveria ter feito, talvez poderia ter feito mais...
Mas voltei para casa aliviada, com vontade de fazer de novo...
E de novo... E de novo!
Até que a voz não mais saísse...
Que o corpo se esgotasse...
Mas acho que ainda assim continuaria lá!
Revelando, descrevendo, pintando, reproduzindo...
Porque a realidade, não é só o que a gente pensa que é,
porque nós não somos limitados àquilo que pensamos ser,
porque podemos romper barreiras,
quebrar correntes, orgulhos e preconceitos...
Porque o verbo da vida é viver.
Com todas as letras, sílabas, sons, desejos, desenganos, perdas e desencantos.
Com toda a alegria, com toda a tristeza, com toda a realidade, com o sol, com o céu e com a lua.
Com os beijos e desilusões.
Com sonhos e sentimentos.
Com tudo simplesmente.


"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo...

Multipliquei-me para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me entreguei-me.
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente...

Saber onde estar para poder estar em toda a parte.
"
Álvaro de Campos

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mudando de humor....
Mudando de personalidade...
Tirando a máscara...
Colocando o nariz...
Escondendo o rosto...
Virando a cara...
Batendo de frente...
Falando de mais...
Falando de menos...
Criando um mundo...
Um universo particular...
Cala o mundo...
Cria a boca...
Fecha a vida...
Gira a porta...
Sem cessar o dia, sem trancar o tempo, sem chegar a hora...
Paradoxos nessa vida inconstante.

domingo, 14 de junho de 2009

inconstância constante

Às vezes a gente dá tanta importância a coisas que não valem a pena.
Às vezes a gente se decepciona por dar valor a cosias que não merecem,
por esperar de pessoas erradas,
por confiar em quem não devia,
por acreditar em mentiras,
por viver sonhos, fantasias...

Às vezes a gente se perde em meio a tantas dúvidas, desejos, escolhas e indecisões...
Às vezes a gente quebra a cara,
se acaba de arrependimentos...
Às vezes a gente confunde as paixões...
Faz coisas das quais nem imaginava fazer.
Deixa de fazer coisas das quais sempre sonhou...
Chora pelo outro, ri dos outros, dá a cara para bater,
Às vezes a gente estressa com a vida, com as pessoas, com o mundo...

E tudo isso por quê?

Quisera eu ter uma resposta, certa, clara e objetiva...

Mas o que seria a vida se não fossem momentos assim!?

Sei lá!

Vou dormir... Cortar meus pensamentos...
Antes que me dê vontade de cortar os pulsos, com toda essa baboseira...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

do lado inverso



Dia dos Namorados?
Dia do consumismo implícito!
As pessoas se deixam enganar, se envolvam por tão pouco!
Dia dos namorados!?
Oooh! Dia dos namorados são todos os dias! E não um dia especificamente criado para o consumismo e para o lucro!
Um dia para a felicidade, prazer, comemoração e luxuria de muitos, infelicidade e melancolia para alguns, ou simplesmente um dia como todos os outros para poucos.
As pessoas, por acaso, se gostam somente no dia dos namorados? Dão presentes somente no dia dos namorados? Demonstram seu amor e o que sentem somente neste dia?
Não. Não deveria ser.
O amor deveria ser explícito, deveria aflorar em todos os instantes, deveria ser real, leal e verdadeiro todos os dias, e não somente em uma data específica, em um dos dias mais lucrativos do ano.
Mas isso nem sempre acontece.



Acho que muitas vezes quando observo aquela multidão de consumidores, praticamente sem rostos, caminhando pelos calçadões do mundo, como caçadores buscando sua mais preciosa caça, as vejo assim. Mas não é somente no Dia dos Namorados não, mas no Natal, Dia das Mães, do Pais, ou quando os coelhos saem de casa, e blá, blá, blá. Como se todos tivessem mãos e bolsos, lugares e utilidades para comprar, comprar o que lhes e palpável e visível, tudo o que lhes é supérfluo, e relevante, tudo o que lhes traz status.
Sendo "consumidas" por milhares de propagandas e slogans que lhes alimentam a infinita vontade de sempre gastarem mais, mais e mais... As pessoas entram e saem de lojas e shoppings com sacolas e sacolas de bens materias, que lhes alimentam a alma!
Às vezes me pergunto se isso é normal e eu sou uma estranha em meio a tudo isto...


Alexandra Xavier


sábado, 6 de junho de 2009

Hoje eu estou...

E mais uma vez não sei explicar o que sinto.
O por quê desta vontade de querer abandonar tudo.
De esquecer tudo.
De ficar quieta.
De não falar.
De não me envolver.
Tanta coisa inútil,
tanta coisa que se forma em minha mente,
coisas que sempre me deram repugnângia,
eu?
Logo eu que sempre tive esse merda de sorriso estampado no rosto com tanta espontaneidade,
agora arranco-o tão forçosamente, de onde eu nem sei.
Mas o que mais me dói é que tudo isso origina-se de mim, e eu não tenho forças para mudar.
Não hoje, não agora.
Tudo seria tão mais fácil se pudéssemos transformar nossos medos e fracassos...
Se conseguíssemos fugir dos lugares e das pessoas que nos chateiam e nos transportássemos para um local seguro, sem barulho, sem angústias, dúvidas e incertezas.
Se conseguíssemos de repente, como mágica, parar o tempo.
Se conseguíssemos voltar atrás.
Como seria bom, estalar os dedos e simplesmente mudar o rumo...
Mudar o lugar, mudar a vida.
Mas dizem que os piores momentos são os nossos testes,
[não imaginei que fossem tão difíceis assim]
Onde é que têm aulas para isto?
Preciso passar, não quero ter que repeti-los ou fazer algo mais difícil.
Oh! Help me!
Please.

Alexandra Xavier