sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Redação

Quando a professora Iara pediu que escrevêssemos uma redação, achei interessante. Gosto de escrever, de expor minhas idéis e opiniões, mesmo que não tenham tanta importância ou valor para os outros, porém, para mim tem, pois sinto uma certa liberdade.
Agora que parei para escrever estou confusa.
Talvez por não haver um tema específico. Muitas pessoas acham mais díficil escrever quando não se tem um tema, pois faltam-lhes idéias, outros, mais fácil pois assim podem escolher sobre o que escrever, creio que quando se tem um tema a pessoa, muitas vezes fica presa ao assunto, mas quando não há muitas idéias surgem e isso também torna-se um empecilho.
Tentei escrever sobre algo que deixa meus pensamentos inquietos, mas são tantas coisas, hoje...
Como a violência, o dinheiro, a morte, a dignidade, a mídia, as desigualdades, a injustiça...
Mas percebi que há várias coisas entre o que me perturba, então resolvi escrever sobre o que acredito ser a fonte de tudo isso: 'O homem e sua forma de pensar, agir.'

Quantas vezes, nós seres humanos não somos egoistas, egocêntricos, esquecemo- nos do próximo pensando só em nosso próprio bem? Quantas vezes não assumimos a autoria de nossas ações, nossos erros, e simplesmente nos tornamos o tal 'príncipe' no qual Fernando Pessoa cita no 'Poema em linha reta'?
Já ouvi dizer que a solidão seria o mal do século, e talvez realmente seja, pois o egoísmo existente em nós já faz parte da realidade. É como se estivesse unido à alma, encarnado no homem. Creio que o amor próprio é importante, mas não esse amor exclusivo aos nossos próprios interesses.
Quantas vezes nos esquecemos de um olhar amigo, de um sorriso, de dar um abraço, de dizer 'você é importante para mim'? Tudo para acompanhar a correria do cotidiano, viver sob regras e leis que nos são impostas. Alguns seguem tais preceitos tão ao pé da letra que chega a ser repugnante, outros destorcem-nos completamente, esquecendo-se do valor e da dignidade humana.
Hoje vivemos ao lado das pessoas sem observá-las, olhamos as coisas sem realmente vê-las, escutamos sem ouvir, sem compreender, tocamos sem sentir. Deixamos de perceber as pequenas coisas.
E não é assim que quero viver.
E não é assim que quero viver.
Alexandra Xavier

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Tentei entender tanta coisa em minha vida...

Agora percebo que não precisava entender certas coisas, nem tentar entendê-las...
Porque as coisas simplesmente acontecem...

Mesmo que a gente não queira ou espere...
Elas acontecem...
Mesmo parecendo que nada acorreu, com certeza algo acontece.
Nem sempre o que esperávamos.
Alexandra Xavier

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Inquietação do dia'

Por que as pessoas nos desejam "tudo de bom"?

Será que é isso que realmente desejam?
O que é realmente bom?
Será que merecemos o que é bom?
Ou temos que fazer por merecer?

Será que o quando desejamos o que é bom, nos é bom até que ponto?
Até não ser ruim ao outro?
E o outro? O que é bom para o outro?
O que o satisfaz?
O que te satisfaz?

Desejar?
A mim?
Aos outros?
Não vou desejar "tudo de bom" a ninguém.
[Não por eu ser ruim, não pensem isso.]
Mas porque isso não acontece mesmo.
Mas desejo que tudo que lhe aconteça seja bom!
É, que realmente seja bom, mas não bom ao ponto de só coisas boas acontecerem, não.
Porque a vida, infelizmente não é perfeita.
Mas, talvez seria entediante se fosse.
E se algumas pequenas coisas que acontecerem não forem tão boas como desejaram, que saibam tirar proveito da situação e aprender um pouco mais...
Aproveitando cada momento e, retirando conhecimento, para que nas próximas experiências, o que nos foi proporcionado anteriormente seja válido de alguma forma.

Alexandra Xavier

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Poli' óptica!




















Porque nem tudo é intocável.
Basta olhar por um outro ângulo.


Alexandra Xavier

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Desistir?

Às vezes a gente só necessita de um incentivo.

Alexandra Xavier