segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Os prazeres da alma III

"Os indivíduos que alcançarem o estado de liberdade vivem no equilíbrio, porquanto não acreditam em tudo, nem desconfiam de tudo. Fazem parte do rol das criaturas centradas: diferenciam o que existe de real e verdadeiro, e não ficam imaginando males ilusórios ou sem fundamento."

"Enquanto vivermos de forma mecânica, irrefletida e sem a intervenção  consciente da lucidez, nos privaremos de possuir uma mente tranquila e um coração pacificado."

"Todos nós somos água da mesma fonte, mas corremos momentaneamente em leitos diferentes."

"De que servem cabelo e manto impecáveis, ó tolo! Tudo dentro de ti está confuso e, no entanto, você penteia a superfície."

"Humildade nada tem a ver com a presença ou ausência de bens materiais, mas com a forma de comportamento íntimo."

"Ter compaixão é possuir um entendimento maior das fragilidades humanas. É quando nos tornamos mais realistas, menos e exigentes e mais flexíveis com as dificuldades alheias. Assim, nossa visão do mundo se expande."

"Não poderemos ser autênticos se não formos corajosos. Não poderemos ser originais se não lançarmos mão do destemor. Não poderemos amar se não corrermos riscos. Não poderemos pesquisar ou perceber a realidade se não fizermos uso da ousadia."

"Só tropeça quem está a caminho. Só erra quem é livre para tentar."

"Fixar-se numa só linha de pensamento ou corrente filosófica pode parecer a maneira mais segura de se viver, contudo é a mais infantil delas."

"Perdoar ou desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinidamente os erros alheios pode ser muito perigoso. As emoções enterradas e não verbalizadas se manifestarão de forma negativa em outras situações e com diferentes pessoas em nosso dia-a-dia."

"O amor desenvolve características pessoais, distinguindo e particularizando a criatura. Ao proporcionar-lhe vontade própria e independência, enseja que ela expanda horizontes e dissolva as barreiras onde o padrão e a generalização ergueram paredes."

(Os prazeres da alma;  Francisco do Espírito Santo Neto)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Os prazeres da alma II

Photo by Ana Xavier
"Nossa impaciência desequilibra os processos internos e externos da Natureza em nós. Atos e atitudes pacienciosas podem mudar nosso modo de ser e enfrentar conflitos. Lembremo-nos de que todo problema contém em si mesmo a 'semente da solução'.
No entanto, a paciência não é passividade, estagnação, ociosidade ou paralisação. É antes um potencial a ser desenvolvido - serenidade, persistência e constância. Ela permite que possamos descobrir o momento certo de perseverar ou de abdicar de relações, situações, vínculos e atividades que envolvem o nosso dia-a-dia."

"Para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender."

"Amar não significa esperar que alguém nos satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe só a nós satisfazer."

"Na ética ou na fraternidade, a vida social do planeta se transforma numa melodia executada por muitos instrumentos afinados na mesma tonalidade; todos vibram em conjunto, embora uma só música seja tocada."

"Somente optando pelo auto-respeito é que conseguiremos o respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos."

"A liberdade como todas as outras conquistas da alma, só será alcançada verdadeiramente se for compartilhada com os outros."
(Os prazeres da alma;  Francisco do Espírito Santo Neto)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo."
Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os prazeres da alma I

Moça à janela (Salvador Dali)
'Em nós existe um universo ilimitado que infelizmente reduzimos ao mundo insignificante de nossos interesses mesquinhos...'

Não adianta ' fecharmos as cortinas da janela da alma' a fim de levarmos uma vida de sonhos - repleta de pensamentos e vazia de experiências - , atenuando ou impedindo os estímulos externos. Isso é um 'desapego defensivo', ou resignação neurótica, e não uma virtude genuína.'

Desapego defensivo: mecanismo de fuga da realidade utilizado, de forma inconsciente ou não, por pessoas que possuem um constrangimento auto-imposto proveniente do medo de amar, ou mesmo de se perder na sede de amor por objetos, pessoas ou ideias e de serem absorvidas por enorme necessidade de dependência e de submissão fora do próprio controle. Pessoas que vivem na reclusão absoluta para fugir ao contato do mundo.

'As pessoas estão distraídas entre os eventos do passado e os presente, plenas de desejos pessoais que turvam e contagiam sua visão, o que as impede de expressarem-se de forma espontânea e natural.'
  
'O sábio, por ter plena consciência da impossibilidade de se possuir o conhecimento absoluto, reconhece com humildade as muitas coisas que ignora, não incorrendo na presunção de saber ou conhecer...'
(Os prazeres da alma;  Francisco do Espírito Santo Neto)