terça-feira, 1 de maio de 2012


'Coração na mão como refrão de um bolero
Eu fui sincero como não se pode ser.'
-Engenheiros do Hawaii



"E o tempo não para, e certas coisas permanecem,
e você vai e volta, e vem, e fica, e se vai novamente.
E nessas idas e vindas eu permaneço,
eu, sempre eu, inconstante."


Dizem que há tempo para tudo,
será que haverá tempo para nós?
Será que um dia iremos ultrapassar as barreiras que nos impedem,
os obstáculos que surgem? 
Será que um dia haverá algum poder antes do querer? 
Haverá uma vida?


Com a mente a mil, pensamentos turbulentos, confusos.
Lembranças que eu quis esquecer, que eu havia esquecido, para que já não doessem mais, não por serem lembranças ruins, mas porque junto a essas lembranças surgem também as partes que me fizeram querer esquecer de tudo.
De repente surge você, mais uma vez.
E como disse Caio, entrando nesse barco novamente, e eu com receio.
Não que não valha a pena ou eu não queira, não me importo em entrar e até remar e estar ao seu lado, mas é estranhamente triste, ficarmos assim à deriva, após tantos anos.
Hoje as coisas envolvem mais vidas, mais sentimentos... Já não somos aqueles adolescentes livres das bagagens da vida. Já não somos só nós dois, e não pretendo prejudicar, nem magoar, nem fazer ninguém sofrer.
Quero te ver bem, feliz, sem sacrifícios, abandonos, sem qualquer coisa que te faça sofrer.
Quero ser feliz sem medo, sem pesares, sem ressentimentos. 
Quero que sejamos felizes.
Juntos?
...Quem sabe em outras vidas.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

"Mas se eu tivesse ficado teria sido diferente? Melhor interromper o processo em  meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais- por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido na gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia - qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" que  certa desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo eu diria covardia, loucura quem sabe..."

-Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

e só.

sei que fiz o que pude para as coisas continuarem... ou não.
sei que eu gostei de você.
eu mudei por você.
eu desejei você.
eu quis que estivesse comigo, que estivesse ao meu lado.
eu te contei meus problemas, eu entendi os seus.
seu sorriso me fazia feliz, ver você feliz me deixava feliz,-eu sei que a minha felicidade se mantém de pequenas coisas,- mas nada que vivi foi pequeno, aliás, foi intenso, fui feliz ao seu lado.
e agora?
agora ficou um vazio.
ficou uma falta.
uma falta que ainda não sei se é de você.
uma parte que doeu pra ser retirada,
uma parte que está doendo para se recompor.
às vezes quero que volte, em outras não, -na verdade nem sei o que realmente quero, se quero você, se qualquer 'alguém' pode ser um você, talvez sim, talvez não.
como disse Nietzsche 'amamos o desejo, não o ser desejado', amamos a sensação que o outro nos causa,
neste momento não discordo disso... amei tanto ser quem eu era quando estava ao seu lado, da pessoa que me tornei, fui alguém melhor...  pode parecer estranho, eu! logo eu, tão segura, tão aparentemente independente, tão forte e agora não consigo ser nada disso, sei que isso passa.
Sei que depois de finais as coisas ficam assim.
Sei que não quero que ninguém me perceba assim, como estou...
E acho que não tem ninguém percebendo mesmo, o sorriso apagado está aqui, esse mesmo! que tanto gostam... está aqui, só não está alegria, que deve ter se escondido em algum lugar ou ainda está reprimida, sem jeito, se reconstruindo... e não duvido que haja uma reconstrução, afinal tudo passa, tudo muda, eu não me permito ficar assim por tanto tempo, não consigo ficar assim por tanto tempo, essa não seria eu. esta não sou eu.

Acho que você se foi e deixou um pedaço de você, é! deixou um pouco de você e não levou um pouco de mim, e essa é a parte estranha, ter ficado um pedaço de você... e é justamente este pedaço, tão pequeno que estava provocando tanto estrago.

mas agora tem um vazio.
e só.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012





" É estranho ter algo pra fugir de tudo, e de repente, precisar fugir principalmente desse algo. E daí se vai pra onde?"
Tati Bernardi