sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sabe aquele sorriso idiota de orelha a orelha?
Pois é! [se tiver criatividade de imaginar, é esse aí mesmo, se não, 'perdeu playboy', se quiser olhar minhas fotos deve haver algumas assim também], se não, o azar não é meu.
Mas voltando ao assunto... é ele mesmo, que está sempre estampado em meu rosto. =D
[incrível] Às vezes, me pergunto como consigo. E até duvido.


Sabe que às vezes eu sou irritante, um tanto insensível, insegura, um pouco estúpida com as pessoas ao meu lado e... Me arrependo disto, sempre. [pode crer] Mas é só às vezes.[melhor avisar antes né!]
[Mas ainda há quem discorde disto...]
E digam que sou uma doce e meiga menina, calma e introspectiva! Pode!? [Minha mãe que o diga!]

Mais desastrada que eu, só duas de mim juntas!
Já grudei macarrão no teto, já quebrei tantas coisas que nem chutaria uma quantidade para não parecer tão anormal... Já quebrei o braço, já cai de um pé de manga, já pesei em umpintinho, [tadinho, morreu], já cai de bicicleta, quase atropelei um velhinho que não olhou para os dois lados da rua antes de atravessá-la, já li Dom Casmurro, já assisti Titanic, já fui ao cinema para assistir filme no corredor [super lotação], já tive um amor platônico [querer e não ter, crueldade isto! Né!], já perdi um campeonato de truco [meu pai me paga!], já colei, já passei cola, já destrui algumas vidrarias da aula de química, já dancei, toquei e fiz dançar, [literalmente], já gostei não gostando, tive não tendo, perdi não perdendo, já namorei à distância, já fiz Pedagogia, já fiz 20 anos, já pulei o muro da escola [ah! se minha mãe descobrisse!], já perdi uma irmã [a luz do meu dia], já fiz teatro, dança de rua, dança do ventre e balé, já brinquei de passa anel, já tive medo de fantasma e do velho do saco, já toquei campainha e corri, já fui cdf, já usei óculos e aparelho, [que medo!] já morei em Minas e nadei no São Francisco, já fui pior, melhor ou diferente de hoje, mas sempre eu mesma, nem sempre íntegra, risonha na maioria das vezes, mas simplesmente assim...

Sei que não sou a pessoa que todos queriam que eu fosse, mas sei que sempre estarei disposta a ajudar quem quer que seja, até onde e como eu puder, mas nem sempre do jeito que essa pessoa espera que seja, pois todos cometemos falhas, ninguém é perfeito mesmo![quem dirá eu, reles mortal.]

Sei que sou um tanto complicada...
Aos olhos dos outros...
Mas me entendo... Em "alguns momentos" perfeitamente.

Sei que nem sempre estou de bom humor [embora tente sempre demonstrar], de bem com a vida ou certa em todos os momentos [fato], porque isto nem existe mesmo, pois um problema pode ter várias soluções, e a minha pode não ser a melhor , mas, espero que seja a mais conveniente naquele momento... [filosofei.com]

Sei, como todos deveriam saber, que não somos perfeitos, cometemos erros, mas os cometo sempre em função de acertar... [porque um dia eu chego lá! e se souberes o caminho certo, desenhe um mapa com todas as coordenadas, porque tu és com certeza um dos poucos.]

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sentir tudo de todas as maneiras

Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma ideia abstracta,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de carácter,
E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
Basta que ela exista para que tenha razão de ser.
Estreito ao meu peito arfante num abraço comovido
(No mesmo abraço comovido)
O homem que dá a camisa ao pobre que desconhece,
O soldado que morre pela pátria sem saber o que é pátria,
E...

Multipliquei-me para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me entreguei-me.
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
Sinto na minha cabeça a velocidade do giro da terra,
E todos os países e todas as pessoas giram dentro de mim,
Centrífuga ânsia, raiva de ir por os ares até aos astros
Bate pancadas de encontro ao interior do meu crânio,
Põe-me alfinetes vendados por toda a consciência do meu corpo,
Faz-me levantar-me mil vezes e dirigir-me para Abstracto,
Para inencontrável, Ali sem restrições nenhumas,
A Meta invisível todos os pontos onde eu não estou, e ao mesmo tempo
(...)
Ah, não estar parado nem a andar,
Não estar deitado nem de pé,
Nem acordado nem a dormir,
Nem aqui nem noutro ponto qualquer,
Resolver a equação desta inquietação prolixa,
Saber onde estar para poder estar em toda a parte,
Saber onde deitar-me para estar passeando por todas as ruas,
Saber onde (...)

              Álvaro de Campos.